Quando eu era mais jovem costumava viajar de carro, assim, aproveitava para curtir as praias, descobria recantos. Agora, nem penso mais nisso, vou de avião, lógico. É muito mais confortável. Saio de São Paulo e em poucos minutos estou em outra capital. E quando o piloto diz que do lado esquerdo podemos avistar a cidade x ou y, é só um modo de falar, porque na verdade, não dá para ver nada.
Na época deles, meu pai vivia em São Paulo e minha mãe no interior. Eles se correspondiam por cartas. E assim foi que pacientemente eles namoraram até se casar. Mas quanta gente faz isso hoje, se você tem o e-mail, o bate-papo, a câmera e a net? Tudo mudou rápido.
Para saber algo que tinha acontecido do outro lado do mundo, você demorava muito tempo, mas hoje, com tantos satélites, antenas e cabos que chegam onde você estiver a notícia é mostrada em tempo real. É assim que você encurta as distâncias e quase se afoga num oceano de informações.
Com a aceleração do tempo mal dá para prestar atenção em cada coisa, em cada pessoa. Tudo é muito rápido, você nem sente o gosto, não processa, e pior, não reconhece. Você flutua no tempo, como se nunca fizesse parte. É melhor saber pela net ou na tela da televisão. Mantém a distância, não pertence, desliza na superfície.
Um relacionamento que durava 25 anos para amadurecer, hoje acontece em 25 dias ou 25 minutos, senão em 25 segundos. Você acha que já conhece, e se conforma em trafegar em alta velocidade por esta vida, mesmo que não se envolva com nada de fato.
SERGIO SAVIAN
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